sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Homens ao mar [ou quando a linha do horizonte é a identidade]

Roberto Linsker voltou do mar. Sim, ele é um homem da terra. Mas o que sabem os homens da terra? Da pergunta de Amado [o Jorge], surge uma concreta experiência com o homens ligados ao movimento da maré. A exposição [parte da programação do A Gosto da Fotografia - IV Festival Nacional] Mar de Homens, aberta ontem (07/08), no Conjunto Caixa Cultural, na Av. Carlos Gomes, emociona. Não apenas pelas paisagens de líquido e sal na tela, mas pelas marcas de memória nos detalhes dos moços que vivem da identidade do litoral.


O que costura todas as visões desses homens é essa identidade, segundo Linkser. Mais do que um projeto de vida, Roberto conta ter se entregado ao mar para senti-lo sabendo que de lá teria que trazer uma história, uma imagem. O que ele trouxe foi a sensação de diversidade que documenta o homem vivente ao mar em suas idas, vindas, redes e linhas do horizonte. "O mar pra mim foi um desafio. O importante nesses quase 10 anos de caminho percorrendo o litoral foi sentir as histórias e suas emoções e trazer pra terra esse mar que os homens estão buscando", comenta.


Na ida ao mar, Roberto retratou o mar também em palavras no livro ["Mar de Homens", lançado depois de oito anos dedicados à documentação da costa brasileira, entre 1997 e 2004, percorrendo inúmeras praias e comunidades pesqueiras situadas entre o Oiapoque, na fronteira do Brasil com a Guiana Francesa, e o Chuí, na fronteira com o Uruguai].


De uma demorada digestão e no balanço da maresia, Linkser pensa nos próximos projetos. Agora, terras latino-americanas. A exposição fica no Conjunto Cultural da Caixa, na Av. Carlos Gomes, até o dia 7 de setembro. O livro Mar de Homens é vendido na Galeria do Olhar que fica na Praça dos Tupynambás, 2, Av. Contorno.

Texto: Niltim Lopes. Fotos: Tito Casal e Roberto de Souza

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